Por iniciativa do vereador Manuel da Concórdia UBS do Bosque Aracati passa a se chamar Maria José da Cruz Santos (Maria Lucca).

Da assessoria - A Câmara Municipal de Bacabal aprovou, por unanimidade, em sua sessão ordinária semanal realizada ontem quarta-feira, dia 11 de setembro de 2024, o Projeto de Lei nº 1623/2024, de 09 de setembro de 2024, que tem como autor o vereador Manuel Lima da Sil,a, o manuel da Concórdia (PSB), que em seu artigo 1º Denomina como Maria José da Cruz Santos, (Maria Lucca), a Unidade Básica de Saúde (UBS) localizada no Bairro Bosque Aracati.

QUEM É
Na justiticativa da proposição Concórdia mostrou que "Marias... Quantas Marias conhecemos? Avós, mães, filhas... Convido-vos a conhecer a história de uma Maria que desempenhou muitos papéis e não se limitou a eles em vida. Foi história, fez história e hoje é o motivo da nossa. Esta é uma retratação de uma trajetória individual vivida coletivamente. A história de Maria Lucca certamente se entrelaça com a de tantas outras, mas é única em sua intensidade e significado.

Maria José da Cruz Santos, popularmente conhecida como Maria Lucca, é um exemplo de resiliência e força. Nascida em 12 de maio de 1930, no município de Matias Olímpio, interior do Piauí, a vida de Maria foi um mosaico de desafios e superações. Desde muito jovem, enfrentou dores inimagináveis, especialmente no âmbito da maternidade. Ao casar-se com Domingos Lucas, deparou-se com a dura realidade de 11 gravidezes, muitas delas interrompidas por abortos espontâneos, enquanto outros filhos não sobreviveram por muito tempo após o nascimento. Essas perdas foram profundas e marcaram sua trajetória de forma significativa.

Apesar das adversidades, Maria Lucca nunca cedeu ao desespero. Dos 11 filhos, apenas 4 sobreviveram, e cresceram ao lado de uma mãe que, mesmo diante de tantas provações, permaneceu como uma fonte inesgotável de amor e inspiração. Sua história é um testemunho de superação, que reflete a força silenciosa e perseverante de tantas mulheres que, enfrentando perdas e dificuldades, continuam a lutar e a cuidar daqueles que amam.

Na década de 1950, Maria Luca deu início a uma nova jornada no Maranhão, mudando-se para Urucuzal, um povoado próximo à cidade de Bacabal, onde viveu com a família por anos. Em 1959, buscando melhores condições de vida, ela se estabeleceu em Santa Zita, um povoado pertencente à cidade de Lago do Junco/MA. Lá, em meio às dificuldades, ela e seu esposo trabalharam arduamente, transformando a terra cedida para moradia, disponibilizada pelos seus patrões, grandes proprietários da região, em um pequeno comércio, que aos poucos se tornou um símbolo de sua persistência.

Era costume da época empresas e/ou fornecedores disponibilizarem aos comerciantes a condição de pagamento a prazo por meio de vales. Mas, mesmo diante das limitações, o casal fazia questão de pagar todas as suas dívidas à vista, algo que não apenas cativava os grandes fornecedores, mas revelava o caráter íntegro e determinado de Maria e Domingos. Em 1965, decidiram expandir seus negócios para Bacabal, retornando à cidade esperançosos por melhorias e, ampliando, muitos anos depois, seus empreendimentos através da compra de terras, criação de gado e uma tijolaria que prosperou ao longo das três gerações.

Maria Lucca comprou uma casa no bairro Juçaral, onde pariu seu último filho, Edilson, que cresceu ao lado dos quatro irmãos. Apesar da situação financeira da família se agravar com a chegada de mais um filho, a fé de Maria nunca falhou. Continuou a confiar em Deus, que sempre proveu o necessário para sua família. Para complementar o orçamento doméstico, Maria exerceu por muito tempo as profissões de doméstica e costureira, enfrentando cada desafio com dignidade e coragem.

Em 1966, Maria se converteu ao evangelho e dedicou-se à Igreja Assembleia de Deus – Templo Central, atualmente presidida pelo pastor Francisco Raposo, onde congregou até o fim de seus dias e por muitas vezes ia a pé, juntamente com suas amigas do bairro. Mesmo sem saber ler ou escrever, ela proclamava com fervor o amor de Jesus Cristo, participando ativamente dos evangelismos de rua e tocando o coração de todos ao seu redor.

A vida de Maria Lucca foi marcada por uma disposição e coragem inabaláveis. Mesmo após fraturar o fêmur e ficar impossibilitada de andar por mais de 10 anos, sua fé nunca esmoreceu. Com o passar dos anos, enfrentou um quadro grave de pneumonia, agravado pela Covid-19, o que, infelizmente, resultou em seu falecimento. Ela viveu 90 anos repletos de desafios, lutas e perseverança, criando os filhos e acompanhando o crescimento dos netos. Sua vida foi um exemplo em ação, e sua memória continuará a inspirar as gerações futuras.

A trajetória de Maria Lucca é mais do que a história de uma única mulher; é parte de uma narrativa maior, que ecoa na memória coletiva de sua família, de sua comunidade e de todos que foram tocados por sua vida. Ao contar sua história, perpetuamos não apenas a memória de Maria Lucca, mas a memória de todas as Marias que, como ela, enfrentaram as tempestades da vida com coragem e fé inabaláveis. Assim, Maria Lucca não apenas vive em nossas memórias, mas se torna parte de um legado que transcende o tempo, um exemplo eterno de resiliência e amor".

Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem