Por proposição do vereador Manuel da Concórdia escola do povoado Alto Fogoso passa a se chamar Unidade de Ensino Infantil “Brasilina da Penha Rosa”

Da assessoria, foto Cléber Lima - A Câmara Municipal de Bacabal aprovou por unanimidade, em sessão ordinária realizada ontem, quarta-feira, dia 12 de junho de 2024, o Projeto de Lei nº 1601/2024, de autoria do vereador Manuel Lima da Silva, Manuel da Concórdia, (PSB), que redenomina para Unidade de Ensino Infantil “Brasilina da Penha Rosa” (Bibi) a Unidade de Ensino Infantil “Espaço Infantil”, escola existente no povoado Alto Fogoso, neste Município.

A materia será enviada para a sanção do prefeito Edvan Brandão de Farias (PDT), que tem um prazo de 10 dias para fazê-lo.

Em extensa justificativa Manuel da Concórdia arguiu que "Brasilina da Penha Rosa, nascida em Teresina-Piauí, no dia 27 de maio de 1935, era filha de João Rosa e Carmina da Penha Rosa. Brasilina, mais conhecida como Bibi, cresceu imersa nas raízes de uma família que valorizava resiliência, trabalho árduo e amor incondicional, mesmo diante das adversidades. Essa ligação familiar e a herança de seus antepassados contribuíram para moldar a mulher forte e determinada que Brasilina se tornou ao longo de sua vida.

Desde cedo trabalhou na roça, toda sua infância foi marcada por este ambiente. Infelizmente seus pais não puderam proporcionar-lhe uma educação formal, pois precisava ajudar nas tarefas domesticas e no sustento de sua família.

Foi na roça que Bibi conheceu seu marido, com quem se casou em 1955 e teve seus cinco filhos. Após muitos anos juntos, em 1970, seu marido a deixou. Apesar disso, Brasilina continuou trabalhando na roça para sustentar seus filhos.

Em 1973, seus pais foram buscá-la com seus 5 filhos para virem para o Maranhão. Aqui, ela voltou a trabalhar com seus pais na terra do Sebastião Coelho localizado na zona rural de São Mateus.

Em São Mateus, Brasilina e seus filhos enfrentaram novos desafios, mas também encontraram novas oportunidades. Enquanto Brasilina trabalhava na roça, seus filhos também ajudavam, contribuindo para o sustento da família. No entanto, as longas jornadas de trabalho tornavam difícil conciliar os estudos com as responsabilidades diárias.

Aqui no Maranhão que ela conseguiu enviar três de seus cinco filhos para a escola, mesmo com a necessidade de trabalhar durante o dia para garantir o sustento de sua família.

Os filhos de Brasilina só conseguiam frequentar à escola à noite, pois durante o dia estavam ocupados com o trabalho na roça. Para chegar à escola, precisavam percorrer cerca de 3 km até a BR para conseguir transporte. Dependendo de caronas, só retornavam para casa por volta das 23 horas, enfrentando o cansaço e as dificuldades de conseguir transporte.

Em 1982, durante uma festa realizada pelo proprietário da terra onde trabalhavam, sua filha mais velha conheceu um topografo chamado Edson Fernandes da Silva. Esse encontro resultou em uma oportunidade de trabalho para Brasilina. Posteriormente, com apoio de Edson, Brasilina e sua família mudaram-se para o povoado Alto fogoso.

Após chegarem no Alto fogoso, Brasilina e sua família enfrentaram mais uma vez à incerteza da falta de moradia. Sem ter onde ficar, passaram um período difícil até conseguirem um local provisório da Fazenda Vitória, onde puderam se instalar temporariamente.

Com muito esforço e perseverança, ela e seus filhos conseguiram, finalmente, adquirir um terreno próprio. Nesse terreno, Brasilina construiu sua casa de taipa, um modesto lar composto de apenas dois cômodos marcando o início de uma nova fase em sua vida.

Apesar das condições simples, aquele pequeno lar representava muito mais do que um abrigo. Era fruto do trabalho árduo e dedicação incansável de Brasilina em proporcionar uma vida digna para sua família.

A jornada de Brasilina e sua família é um testemunho vivo da força do espírito humano e da capacidade de superar as adversidades com determinação e amor. Cada passo dado, cada obstáculo superado, foi uma prova da resiliência e da coragem que habitavam o coração dessa notável mulher e sua família.

Brasilina continuou a trabalhando na roça quebrando coco, fazendo carvão e azeite para sustentar sua família. Foi uma mulher extraordinária que enfrentou desafios inimagináveis ao longo de sua vida.

Mesmo após se aposentar aos 55 anos como lavradora, continuou trabalhando incansavelmente. Sua força de vontade e resiliência inspiram todos ao seu redor, deixando uma marca indelével na comunidade do Alto Fogoso.

Brasilina era uma figura querida e respeitada por todos que a conheciam. Seu coração generoso e sua hospitalidade calorosa faziam dela uma presença acolhedora em sua casa, onde gostava de receber visitas e compartilhar histórias com amigos e familiares. Sua capacidade de criar laços de amizade era incomparável, e sua influência positiva ecoava por todo o povoado.

A vida de Brasilina foi marcada por sacrifícios e dificuldades, mas também por momentos de alegria e esperança. Seu amor incondicional por sua família em proporcionar-lhe um futuro melhor foram os pilares que sustentaram sua jornada.

Infelizmente em 20 de abril de 2024, Brasilina faleceu, deixando um vazio imensurável em seus entes queridos. Sua partida foi uma perda irreparável para sua família composta por 5 filhos, 13 netos e 17 bisnetos, mas seu legado de amor, determinação e bondade viverá para sempre em nossas memórias e nos corações daqueles que tiveram o privilégio de conhecê-la.

Sem dúvidas, Senhor Presidente, a transcrição acima, mostra que essa competente e digna mulher deixou um vasto legado, além de ter levado consigo a graça de ter cumprido a sua missão".

Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem