Ministra assume hoje o comando do Supremo Tribunal Federal em meio a uma das campanhas eleitorais mais turbulentas desde a redemocratização do país. Posse deve reunir 1,3 mil pessoas, sendo 350 no plenário
Rosa Weber ficará no comando do STF até outubro do ano que vem, quando se aposentará - (crédito: Carlos Alves Moura/STF)
Correio Braziliense, Luana Patriolino - O Supremo Tribunal Federal (STF) terá novo comando a partir de hoje. A 20 dias das eleições, a ministra Rosa Weber toma posse, nesta tarde, na presença dos outros integrantes da Corte. Ela será a terceira mulher a comandar o órgão e assume a gestão no auge da campanha eleitoral. Na mesma cerimônia, o ministro Luís Roberto Barroso será empossado como vice.
Para a solenidade, foram convidadas 1,3 mil pessoas. No entanto, segundo o STF, apenas 350 terão acesso ao plenário e os demais acompanharão em salões próximos ou via internet. Também foram chamados para o evento chefes de poderes, presidentes dos tribunais superiores e todos os candidatos à Presidência da República, além de parlamentares. Na ocasião, o procurador-geral da República, Augusto Aras, e o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Alberto Simonetti, devem fazer pronunciamentos.
Weber substitui o ministro Luiz Fux e ficará pouco mais de um ano à frente do tribunal. Discreta e avessa aos holofotes, ela passou os últimos 10 anos praticamente sem conceder entrevistas. Segundo fontes ouvidas pelo Correio, a ministra deve manter o temperamento, com seu estilo técnico e distante de polêmicas.
As ministras Ellen Gracie (2006-2008) e Cármen Lúcia (2016-2018) também foram presidentes do Supremo. Desde o ano passado, Rosa Weber viu crescer o protagonismo no STF, com a relatoria de temas de grande repercussão como, por exemplo, a decisão de suspender a execução das emendas do chamado Orçamento Secreto, e o seu posicionamento a respeito do caso da compra da vacina indiana Covaxin.
Agora, como presidente do STF durante as eleições mais conturbadas desde a redemocratização, o principal desafio é manter uma relação institucionalmente equilibrada entre o Judiciário e o Palácio do Planalto, sem ceder aos rompantes do presidente Jair Bolsonaro (PL).