Vídeos falsos, mas realistas, em que candidatos fazem coisas que nunca fizeram na vida real acendem novo alerta durante as eleições de 2022
Vídeos deepfakes com Bolsonaro e Lula: imagens simulam o real, mas foram feitas via computador - (crédito: EM/Reprodução)
Estado de Minas, Ana Mendonça - Já imaginou o presidente Jair Bolsonaro (PL) de short vermelho, sem camisa e dançando o funk “Vai dar PT”, do Mc Rahell? Ou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reclamando do preço da “paçoquinha”? Ambos os vídeos viralizaram nas redes sociais, mas não são reais. A prática, chamada de deepfake, é uma tecnologia que usa inteligência artificial (IA) para criar vídeos falsos, mas realistas, de pessoas fazendo coisas que nunca fizeram na vida real.
Conhecida no universo do TikTok, a prática geralmente é feita com famosos, como Tom Cruise, Anitta e Tom Holland, mas, agora, começou a ser utilizada também com os candidatados as eleições presidenciais.
A nova tecnologia já era aplicada no cinema, mas se popularizou em 2018 por aplicativos, que podem ser baixados no próprio celular e são de fácil acesso.
O jornalista e deepfaker Bruno Sartori foi o responsável pelo vídeo em que Lula reclama sobre a paçoquinha. Ele conta que fez o vídeo para alertar a população. Nas redes, Bruno vem falando sobre esse tipo de produção.
“Esse vídeo pode passar como real pra muita gente. Usei deepfake pra inserir o rosto de Lula e transferir o timbre de voz dele para a fala original: é um computador falando. Precisamos ficar alerta neste ano eleitoral, pois, podem aparecer conteúdos com intuito de enganar”, disse no Twitter.
Em conversa com o Estado de Minas, ele explicou como os vídeos, que surgiram em 2017, acabaram se tornando um possível problema de disseminação de notícias eleitorais falsas no Brasil de 2022.
“Com a viralização de vídeos, como os que eu faço, e inserção de aplicativos, as pessoas começaram a ter mais contato com a tecnologia. Com isso, essa massificação começou a existir”, avalia.
Mas, afinal, como começaram esses vídeos?
Em 2017, quando um usuário do Reddit começou a postar vídeos falsos de sexo com famosas, a prática começou a ficar conhecida. A técnica acabou ganhando as redes sociais depois que atrizes como Gal Gadot e Emma Watson foram vítimas.
Nesta semana, um vídeo de conteúdo adulto que mostra Anitta em momentos íntimos começou a circular pelo WhatsApp. Com isso, a assessoria da cantora precisou confirmar que não se tratava dela, e sim, de uma deepfake.