Simplício Araújo alerta para colapso no setor farmacêutico e lembra que Governo Federal nada faz para garantir produção da cloroquina


Por Simplício Araújo*
A situação está realmente muito complicada no mundo todo em razão da pandemia do COVID-19: pessoas morrendo, contaminação sem controle, carreiras profissionais e empresas destruídas.
Nesse cenário, os governadores buscam copiar o que deu certo pelo mundo, enquanto o governo federal prega uma condução que nenhum outro país aplicou, mas que divide a população brasileira; parte apoiando o isolamento, parte querendo a abertura do comércio a qualquer custo.
É certo que viveremos assim por um bom tempo, com a contaminação avançando e fazendo vítimas. Então, é importante voltar às atividades com muita responsabilidade e toda cautela, seguindo a risca protocolos sanitários que garantam a segurança dos trabalhadores, dos clientes e da população, como os que nesse momento debatemos aqui no Maranhão com a classe empresarial.
O que era imprevisível no primeiros meses deste ano, começa a ser o “novo normal” e nos desafia. Para quase todos os embates, temos obtido algumas vitórias, aumentando leitos, conseguindo álcool em gel, equipamentos de proteção individual, respiradores e alguns medicamentos.
No entanto, mesmo com muitas baixas e tendo avançado, o país inteiro vem perdendo tempo e energia em debates que, na grande maioria, não acrescentam nada, nem contribuem verdadeiramente para o combate ao coronavírus; como, por exemplo, o tão debatido uso da cloroquina.
O problema não é usar ou não a cloroquina; o problema é encontrar cloroquina. Até mesmo o exército, que produziu 3 milhões de comprimidos, o equivalente a um tratamento para 500 mil pessoas, está enfrentando a mesma dificuldade de todos os grandes laboratórios industriais do Brasil, que é adquirir a matéria prima. Esse gargalo pode comprometer seriamente o acesso da população e dificultar a oferta em larga escala do medicamento à população.
O Governo federal foi acionado para tentar destravar as barreiras com os principais fornecedores – além da Índia, a China é outra grande produtora global de insumos. O principal gargalo envolve a Índia, responsável pela restrição da exportação de pelo menos 26 insumos farmacêuticos.
O presidente Bolsonaro fala da cloroquina desde março. Em abril, disse que tinha conseguido com a Índia a matéria prima, mas até hoje, 18 de maio, não houve nenhuma movimentação no sentido de abastecer os estados e municípios, o exercito paralisou a produção e os estados têm problemas em adquirir o produto até em laboratórios privados.
O Maranhão recebeu 98 mil comprimidos, doses suficientes para apenas 16 mil pacientes. O governo, como também as prefeituras do Maranhão, buscam o medicamento nas farmácias de manipulação.
Outros medicamentos importantes para o combate ao coronavírus, como azitromicina, Heparina, ivermectina, Fetanil, Precedex, prodofol, roncuronio, ketamina, e mesmo mais simples, como Koide D e betametasona, também já há dificuldade em serem encontrados.
O presidente da República, especialista em abrir gerar problemas quando abre a boca, precisa correr para garantir velocidade na resolução deste que pode ser o próximo colapso dessa grave crise.
*Simplicio Araújo
Analista de Sistemas, Secretário de Estado de Industria, Comércio e Energia

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