Josias de Souza, Colunista do UOL - Bolsonaro vive um dilema do tipo Dr. Jekyll e Mr. Hyde —médico e monstro. O presidente agora gasta R$ 4,9 milhões numa campanha publicitária que prega o fim imediato do isolamento sem nenhum estudo científico que recomende a medida.
Nessa campanha, assim como no pronunciamento em que chamou o coronavírus de "gripezinha" em rede nacional de rádio e TV, Bolsonaro permite que o monstro ocupe o corpo do médico que avaliza medidas que o governo começa a adotar para proteger empresas e pessoas, favorecendo a manutenção do confinamento por mais algum tempo.
Essa dicotomia que faz com que médico e monstro coabitem o corpo do mesmo presidente mergulhou o governo numa rotina confusa. Para facilitar o trabalho da imprensa, a assessoria do Planalto deveria mandar confeccionar um par de broches. Um com a expressão 'o país não pode parar'. Outro com o slogan 'confinamento já'.
Nas paradinhas no portão do Alvorada, Bolsonaro usaria o broche número um —do país em movimento. Na assinatura de medidas anticrise ou no anúncio de ações de socorro a empresas e trabalhadores, o segundo broche — do desligamento temporário das fornalhas.
Nas reuniões oficiais, os broches ajudariam a próprio Bolsonaro a se autodisciplinar, evitando fazer o papel de monstro numa reunião com governadores em que o país esperava dele uma sobriedade de médico.
Nessa campanha, assim como no pronunciamento em que chamou o coronavírus de "gripezinha" em rede nacional de rádio e TV, Bolsonaro permite que o monstro ocupe o corpo do médico que avaliza medidas que o governo começa a adotar para proteger empresas e pessoas, favorecendo a manutenção do confinamento por mais algum tempo.
Essa dicotomia que faz com que médico e monstro coabitem o corpo do mesmo presidente mergulhou o governo numa rotina confusa. Para facilitar o trabalho da imprensa, a assessoria do Planalto deveria mandar confeccionar um par de broches. Um com a expressão 'o país não pode parar'. Outro com o slogan 'confinamento já'.
Nas paradinhas no portão do Alvorada, Bolsonaro usaria o broche número um —do país em movimento. Na assinatura de medidas anticrise ou no anúncio de ações de socorro a empresas e trabalhadores, o segundo broche — do desligamento temporário das fornalhas.
Nas reuniões oficiais, os broches ajudariam a próprio Bolsonaro a se autodisciplinar, evitando fazer o papel de monstro numa reunião com governadores em que o país esperava dele uma sobriedade de médico.
O maior problema é que, no fundo, todos sabem que não há como deixar de tratar os dois Bolsonaros como um só. A soma dos personagens resulta num presidente confuso, que tende a trocar a ciência pela conveniência política do candidato à reeleição.
Numa análise política, percebe-se que Bolsonaro tenta jogar no colo dos governadores uma recessão que se revela inevitável no mundo todo.
Numa leitura patológica, um exame psicológico talvez revelasse que o Brasil é presidido por um personagem cujos distúrbios fazem do exercício da Presidência um transtorno.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL
Numa análise política, percebe-se que Bolsonaro tenta jogar no colo dos governadores uma recessão que se revela inevitável no mundo todo.
Numa leitura patológica, um exame psicológico talvez revelasse que o Brasil é presidido por um personagem cujos distúrbios fazem do exercício da Presidência um transtorno.
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