Desde que O Estado trouxe o documento da PM com ordem para fichamento de adversários de Dino, governista já deram pelo menos 4 justificativas para o fato
CARLA LIMA, SUBEDITORA DE POLÍTICA O ESTADO MA
Governo criou várias versões para justificar o documento que determinava o fichamento de adversário do governo de Flávio Dino
A As sequências de fatos revelados no caso do uso da Polícia Militar do Maranhão para espionar adversários do governo de Flávio Dino (PCdoB) vem desmontado as justificativas apresentadas tanto de forma oficial quanto as que foram dadas por meio de redes sociais. Desde a revelação da circular da PM de número 098/2018 com determinação para fichar opositores, os governistas vem batendo cabeças com quatro versões já apresentadas.
Na sexta-feira, 20, quando O Estado trouxe a reportagem mostrando o memorando da PM com as determinações para comandantes de Policiamento de Área, os governistas apressaram-se em afirmar que o documento era falso e que a notícia veiculada era fake news. Este foi o primeiro argumento usado.
No entanto, o papel timbrado e as assinaturas dos oficiais mostravam que o documento é verdadeiro. Diante deste fato, o governo se apressou em considerar, logo depois, que a circular da PM era um equívoco. Ou seja, existia, mas um erro foi cometido e, por isso, uma nova circular – desta vez assinada pelo comandante geral, coronel Jorge Luongo – foi emitida para anular a primeira.
Com a certeza da veracidade do documento, os comunistas passaram a usar uma terceira versão para o caso. Decidiram considerar um ato isolado do subcomandante do Comando de Polícia do Interior (CPI), Emerson Farias, e para mostrar indignação com o “ato isolado”, exoneraram o oficial e abriram uma sindicância.
Justificativa
“Absurdo imaginar que um papel assinado por um oficial da PM possa ter a minha orientação, apoio ou concordância. Ao tomar conhecimento, mandei demitir o autor do papel disparatado”, escreveu o governador em seu perfil nas redes sociais.
Após este novo argumento, novos documentos surgiram e mostraram que a circular de Barra do Corda na área comandada pelo coronel Markus Silva também foi recebida em Caxias. No dia 6 de abril, o major Jadiel Rezendes, respondendo pelo Comando de Policiamento em Caxias, também encaminhou memorando ao seus subordinados determinando o cadastro de opositores.
O Ofício Circular 071/2018 faz referência ao mesmo memorando 098/2018, que embasou todas as recomendações para fichar adversários do governo no interior.
Com os novos documentos, o secretário Estadual de Segurança, Jefferson Portela, convocou coletiva de imprensa para afirmar que “os culpados serão identificados”. Com isto, caiu mais uma vez outra tese do governo. A ação não foi isolada feita por um ‘oficial de 5º escalão”, como vinha classificando o governador Flávio Dino.
Segundo Portela, a sindicância poderá revelar de onde partiu a ordem para espionar adversários políticos do governo e voltou a dizer que o comando da PM não sabia da determinação. Desta vez, a SSP pretende entrar os culpados – e não mais aponta um culpado vinham afirmando.
Assembleia
Enquanto o governo vinha se pos1icionando com várias justificativas, os aliados do governo na Assembleia Legislativa decidiram culpar os adversários falando até em uma trama para atingir o governador Flávio Dino.
Bira do Pindaré (PSB), por exemplo, foi escalado para atacar os meios de comunicação que noticiaram o fato afirmando ser notícias falsas as que revelaram a existência de um documento com ordens para monitorar adversário de Dino.
O líder do governo na Casa, Rogério Cafeteira (DEM), foi além e fez uma relação de que os oficiais supostamente envolvidos na ordem de espionagem tinham ligação com o ex-secretário de Saúde, Ricardo Murad (PRP).
Com o depoimento de oficiais que estão respondendo sindicância, a versão de Cafeteira é outra que cai por terra já que o tenente Juarez Martins Coelho confirmou que as ordens partiram do coronel Heron Santos, que foi filiado ao PCdoB chegando a ser candidato a deputado estadual, em 2014, pelo partido.
Dino silencia após depoimento
Diferente dos dias anteriores quando o governador Flávio Dino e seus aliados usaram as redes sociais para acusar um oficial da PM, após a divulgação do depoimento somente Rogério Cafeteira se manifestou. Segundo líder do governo, o coordenador eleitoral faz referência a nenhuma função fora das atribuições institucionais. “É função em levantamento institucional, parceria com Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e Ministério Público Eleitoral (MPE)”, escreveu Cafeteira.
Requerimentos da oposição estão sendo negados pela base governista na AL
Enquanto os aliados do governador Flávio Dino e ele próprio tentam desqualificar o documento da Polícia Militar para espionar adversários políticos, a oposição ao comunista pediram intervenção na segurança do Maranhão, apresentaram documentos para ouvir os oficiais e também estão recolhendo assinatura parta abertura de um Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).
Os requerimentos – um de Andrea Murad (PRP) e outro de Eduardo Braide (PMN) – apresentados na Assembleia Legislativa tentam esclarecer mais a respeito do episódio envolvendo a Polícia Militar. Braide queria ouvir os oficiais citados no caso.
Seriam convidados o tenente-coronel Emerson Farias, o coronel Markus da Silva e o major Jadiel Luís Sousa Rezendes, todos com atuação no Comando de Policiamento de Interior da Polícia Militar, para prestarem esclarecimentos a respeito do Memorando Circular 098/2018.
No entanto, a base governista barrou o pedido. “Jamais poderemos permitir que a Assembleia atenda a interesses escusos de palanque eleitoral. Não aceitamos qualquer tipo de iniciativa que remeta a esse desfavor social, por isso rejeitamos requerimento de convocação dos militares, apresentado pela oposição’, disse Rogério Cafeteira para justificar o descarte do requerimento de Braide.
O deputado Sousa Neto (PRP) tenta reunir assinaturas para a abertura de uma CPI para investigar os fatos.
Por enquanto, o parlamentar conseguiu assinaturas dos deputados da oposição.
Já o de Andrea Murad ela pede a convocação do secretário de Segurança Jeferson Portela para prestar esclarecimentos. O requerimento da parlamentar deverá ser analisada em plenário na próxima semana.
Também foi negado
Na mesma sessão, outro requerimento da oposição foi negado. Desta vez, o pedido de informações feito pela deputada Andrea Murad sobre a viagem do governador Flávio Dino a Curitiba, numa tentativa de visitar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O comunista garantiu que bancou sua passagem. Deputada queria provas do que disse o gestor.
CARLA LIMA, SUBEDITORA DE POLÍTICA O ESTADO MA
Governo criou várias versões para justificar o documento que determinava o fichamento de adversário do governo de Flávio Dino
A As sequências de fatos revelados no caso do uso da Polícia Militar do Maranhão para espionar adversários do governo de Flávio Dino (PCdoB) vem desmontado as justificativas apresentadas tanto de forma oficial quanto as que foram dadas por meio de redes sociais. Desde a revelação da circular da PM de número 098/2018 com determinação para fichar opositores, os governistas vem batendo cabeças com quatro versões já apresentadas.
Na sexta-feira, 20, quando O Estado trouxe a reportagem mostrando o memorando da PM com as determinações para comandantes de Policiamento de Área, os governistas apressaram-se em afirmar que o documento era falso e que a notícia veiculada era fake news. Este foi o primeiro argumento usado.
No entanto, o papel timbrado e as assinaturas dos oficiais mostravam que o documento é verdadeiro. Diante deste fato, o governo se apressou em considerar, logo depois, que a circular da PM era um equívoco. Ou seja, existia, mas um erro foi cometido e, por isso, uma nova circular – desta vez assinada pelo comandante geral, coronel Jorge Luongo – foi emitida para anular a primeira.
Com a certeza da veracidade do documento, os comunistas passaram a usar uma terceira versão para o caso. Decidiram considerar um ato isolado do subcomandante do Comando de Polícia do Interior (CPI), Emerson Farias, e para mostrar indignação com o “ato isolado”, exoneraram o oficial e abriram uma sindicância.
Justificativa
“Absurdo imaginar que um papel assinado por um oficial da PM possa ter a minha orientação, apoio ou concordância. Ao tomar conhecimento, mandei demitir o autor do papel disparatado”, escreveu o governador em seu perfil nas redes sociais.
Após este novo argumento, novos documentos surgiram e mostraram que a circular de Barra do Corda na área comandada pelo coronel Markus Silva também foi recebida em Caxias. No dia 6 de abril, o major Jadiel Rezendes, respondendo pelo Comando de Policiamento em Caxias, também encaminhou memorando ao seus subordinados determinando o cadastro de opositores.
O Ofício Circular 071/2018 faz referência ao mesmo memorando 098/2018, que embasou todas as recomendações para fichar adversários do governo no interior.
Com os novos documentos, o secretário Estadual de Segurança, Jefferson Portela, convocou coletiva de imprensa para afirmar que “os culpados serão identificados”. Com isto, caiu mais uma vez outra tese do governo. A ação não foi isolada feita por um ‘oficial de 5º escalão”, como vinha classificando o governador Flávio Dino.
Segundo Portela, a sindicância poderá revelar de onde partiu a ordem para espionar adversários políticos do governo e voltou a dizer que o comando da PM não sabia da determinação. Desta vez, a SSP pretende entrar os culpados – e não mais aponta um culpado vinham afirmando.
Assembleia
Enquanto o governo vinha se pos1icionando com várias justificativas, os aliados do governo na Assembleia Legislativa decidiram culpar os adversários falando até em uma trama para atingir o governador Flávio Dino.
Bira do Pindaré (PSB), por exemplo, foi escalado para atacar os meios de comunicação que noticiaram o fato afirmando ser notícias falsas as que revelaram a existência de um documento com ordens para monitorar adversário de Dino.
O líder do governo na Casa, Rogério Cafeteira (DEM), foi além e fez uma relação de que os oficiais supostamente envolvidos na ordem de espionagem tinham ligação com o ex-secretário de Saúde, Ricardo Murad (PRP).
Com o depoimento de oficiais que estão respondendo sindicância, a versão de Cafeteira é outra que cai por terra já que o tenente Juarez Martins Coelho confirmou que as ordens partiram do coronel Heron Santos, que foi filiado ao PCdoB chegando a ser candidato a deputado estadual, em 2014, pelo partido.
Dino silencia após depoimento
Diferente dos dias anteriores quando o governador Flávio Dino e seus aliados usaram as redes sociais para acusar um oficial da PM, após a divulgação do depoimento somente Rogério Cafeteira se manifestou. Segundo líder do governo, o coordenador eleitoral faz referência a nenhuma função fora das atribuições institucionais. “É função em levantamento institucional, parceria com Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e Ministério Público Eleitoral (MPE)”, escreveu Cafeteira.
Requerimentos da oposição estão sendo negados pela base governista na AL
Enquanto os aliados do governador Flávio Dino e ele próprio tentam desqualificar o documento da Polícia Militar para espionar adversários políticos, a oposição ao comunista pediram intervenção na segurança do Maranhão, apresentaram documentos para ouvir os oficiais e também estão recolhendo assinatura parta abertura de um Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).
Os requerimentos – um de Andrea Murad (PRP) e outro de Eduardo Braide (PMN) – apresentados na Assembleia Legislativa tentam esclarecer mais a respeito do episódio envolvendo a Polícia Militar. Braide queria ouvir os oficiais citados no caso.
Seriam convidados o tenente-coronel Emerson Farias, o coronel Markus da Silva e o major Jadiel Luís Sousa Rezendes, todos com atuação no Comando de Policiamento de Interior da Polícia Militar, para prestarem esclarecimentos a respeito do Memorando Circular 098/2018.
No entanto, a base governista barrou o pedido. “Jamais poderemos permitir que a Assembleia atenda a interesses escusos de palanque eleitoral. Não aceitamos qualquer tipo de iniciativa que remeta a esse desfavor social, por isso rejeitamos requerimento de convocação dos militares, apresentado pela oposição’, disse Rogério Cafeteira para justificar o descarte do requerimento de Braide.
O deputado Sousa Neto (PRP) tenta reunir assinaturas para a abertura de uma CPI para investigar os fatos.
Por enquanto, o parlamentar conseguiu assinaturas dos deputados da oposição.
Já o de Andrea Murad ela pede a convocação do secretário de Segurança Jeferson Portela para prestar esclarecimentos. O requerimento da parlamentar deverá ser analisada em plenário na próxima semana.
Também foi negado
Na mesma sessão, outro requerimento da oposição foi negado. Desta vez, o pedido de informações feito pela deputada Andrea Murad sobre a viagem do governador Flávio Dino a Curitiba, numa tentativa de visitar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O comunista garantiu que bancou sua passagem. Deputada queria provas do que disse o gestor.