Candidatos poderão investir o mesmo valor fixado para as doações de pessoas físicas: 10% do rendimento bruto
POR CRISTIANE JUNGBLUT, O GLOBO, BRASÍLIA
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Congresso derruba veto de Temer e impõe limite para autofinanciamento de candidatos - Givaldo Barbosa / Agência O Globo
Numa votação conturbada, o Congresso derrubou veto do presidente Michel Temer sobre reforma eleitoral e fixou um limite para os candidatos se autofinanciarem. Temer havia vetado o limite de gastos, deixando os candidatos livres para colocarem suas campanhas o valor que desejassem, o que na época foi apelidado de "emenda Doria". A derrubada do veto foi pedida pelo PCdoB e era defendida enfaticamente pelos partidos de oposição, mas ao final foi defendida por todos. Com a derrubada dos vetos, os candidatos poderão colocar em suas campanhas o mesmo valor fixado para as doações de pessoas físicas: 10% (dez por cento) do rendimento bruto auferido pelo doador no ano anterior à eleição. Agora, a decisão vai à promulgação pelo próprio Congresso.
Como a votação foi confusa, alguns técnicos acreditam o assunto poderá parar na Justiça Eleitoral. )
A primeira votação realizada pelo vice-presidente do Congresso e da Câmara, deputado Fábio Ramalho (PMDB-MG), foi anulada por ele, e depois pelo presidente do Congresso, Eunício Oliveira (PMDB-CE). Na votação comandada, o veto havia sido mantido. Mas a oposição reclamou da condução dos trabalhos, o que fez Eunício reassumir o comando da sessão e refazer a votação.
A reforma eleitoral aprovada pelos parlamentares no início de outubro e definiu o valor de doações para pessoas físicas e para os candidatos. Temer então vetou o limite para o autofinanciamento.
Os partidos de oposição reclamavam que o veto de Temer havia "liberado geral" o autofinanciamento, estimulando candidaturas de grandes empresários e políticos com recursos, como o prefeito de São Paulo, João Doria, que na época era apontado como eventual candidato à Presidência em 2018.
O veto presidencial é analisado pelo Congresso, mas é votado de forma separada na Câmara e no Senado. Na Câmara, o veto foi derrubado por 302 votos a 12. No Senado, o placar foi de 43 votos a seis.
— Agora, candidato milionário não pode mais colocar milhões de reais na sua própria campanha — disse o deputado Henrique Fontana (PT-RS).