Aquiles Emir - Há poucos dias, recebi do senador João Alberto (PMDB) um relatório intitulado "Um bom governo não promete, faz" sobre suas ações como governador do Maranhão pelo período de 11 meses, no qual são listadas mais de 500 obras, para ser exato, 505, em todas as regiões do estado. Pelo cálculos do senador, mais de 1,5 por dia, algumas delas pequenas, mas importantes, outras de maior vulto: como drenagem completa do bairro da Camboa, Vala da Macaúba, criação do campus da Universidade Estadual do Maranhão (Uema) em Bacabal, aeroporto de Bacabal, reforma de 33 unidades de saúde, implantação de sete escolas em São Luís, reforma de dezenas de outros estabelecimentos de ensino e unidades de saúde, extensão de energia elétrica para dezenas de municípios, principalmente na zona rural, abertura de estradas e pavimentação de outras e por aí vão suas realizações.
Para João Alberto, o que diferencia seu governo dos demais, além do curto tempo de duração - menos de um ano - foi o fato dele ter ocorrido em período eleitoral, em que as autoridades ficam limitadas a investir, para que isto não se caracterize influência a favor de seu candidato, e não contou também com ajuda federal, ao contrário do antecessor, Epitácio Cafeteira, que tinha Zé Sarney na Presidência da República, enquanto seu governo coincidiu com o de Fernando Collor de Melo. Os sucessores também tiveram ajuda federal: Edison Lobão, com Itamar Franco; Roseana Sarney, com Fernando Henrique Cardoso; Zé Reinaldo, com Lula; Roseana novamente, com Lula e Dilma Rousseff; Flávio, metade com Dilma e a segunda metade com Michel Temer, que, apesar da oposição do governador, não deixa de ajudar o estado.
Pois bem, desde domingo (24), o governador Flávio Dino (PCdoB) vem bombardeando a população maranhense com suas 500 obras em mil dias, ou seja, uma a cada dois dias. São realizações em todos os campos, que, segundo ele mostram como sua administração é diferente das anteriores.
Flávio Dino gaba-se ainda de haver recuperado a economia do estado, impulsionado o turismo, criado escolas dignas, fazer saúde verdade e vir cuidando melhor das pessoas.
Estava meditando sobre essas mil obras quando recordei de haver recebido também ano passado um livro de 538 páginas que a ex-governadora Roseana Sarney mandou imprimir com um balanço de sua gestão de 2009 a 2014. Impressionam os números: mais de mil quilômetros de estradas, mais de uma centena de bibliotecas, mais de R$ 1,7 bilhão de investimentos em hospitais e UPAS, redução de 10% do déficit habitacional, construção de novo berço no Itaqui e modernização deste porto, mas mil quilômetros de pavimentação de vias urbanas e uma infinidade de outras obras.
Chamam atenção esses dados porque o discurso das autoridades, sejam elas governistas de agora ou seus opositores que estavam no poder no passado, é de que no Maranhão falta quase tudo, o povo está abandonado, sem educação, sem saúde, sem emprego... Diante desse quadro fica uma pergunta no ar: onde estão todas essas obras do passado e do presente? Por que os governantes atuais nas as encontram, não as enxergam? E por que os oposicionistas de agora também não enxergam as realizações do atual governo? Saberá o povo dar uma resposta mais convincente? Saberá ele distinguir quem fez ou deixou de fazer? Se sabe, que compare e julgue.