No centro das investigações da Lava-Jato, PMDB e PP podem ser banidos

Presidente do Tribunal Superior Eleitoral determina o andamento das investigações contra os dois partidos. Apuração será feita a partir das descobertas da força-tarefa da Lava-Jato sobre desvios de dinheiro da Petrobras para campanhas

Correio
Marcelo Camargo/Agência Brasil - 5/5/15


Depois de autorizar, na semana passada, abertura de representação contra o PT por suspeita de beneficiamento a partir de recursos desviados da Petrobras, o que pode resultar na cassação de registro do partido, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes, determinou ontem o andamento das investigações contra o PMDB e o PP. Os dois partidos também estão no centro das investigações da Operação Lava-Jato e podem ser banidos. Ainda não foram analisadas pela Corte as denúncias oriundas de delações premiadas que atingem o PSDB.

O sinal verde de Mendes para investigar o PMDB e o PP atende a um pedido, feito na terça-feira, pela corregedora-geral da Justiça Eleitoral, a ministra Maria Thereza de Assis, com base em tudo que tinha sido apurado até o momento no âmbito da Lava-Jato. A operação desvendou um esquema bilionário de corrupção para financiamento de campanhas políticas. “Constato, nesta análise preliminar da documentação, indícios de práticas ilegais tanto por parte do PT, quanto pelo PP e pelo PMDB”, atesta a corregedora.

Em depoimento à 13ª Vara Federal, em Curitiba, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, um dos primeiros a colaborar com a Justiça em troca de benefícios e redução da pena, acusou políticos do PT, PMDB e PP de receberem recursos de propina para campanhas políticas em 2010, disse também que o Partido dos Trabalhadores ficava com 2% a 3% dos valores dos contratos superfaturados na empresa. Num dos primeiros depoimentos, afirmou que o PT era o partido que tinha mais diretorias na estatal e, por isso, o que recebia mais recursos ilegais em contratos com as maiores empreiteiras do país.

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Segundo a ministra do TSE Maria Thereza de Assis, os fatos apurados pela Lava-Jato são graves e demonstram completa distorção no sistema da democracia representativa. “Uma vez comprovadas tais condutas, estaríamos diante da prática de crimes visando à conquista do poder ou sua manutenção, nada muito diferente, portanto, dos períodos bárbaros em que crimes também eram praticados para se atingir o poder. A mera mudança da espécie criminosa não altera a barbaridade da situação”, enfatizou.

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