José Ribamar Lima, após cirurgia no pé por complicações da diabetes, em ações interativas com clínico-geral Ricardo Henrique Batista. Foto: Aurilene Alencar
“A população daqui e das cidades vizinhas terá acesso a um atendimento humanizado, com serviços que proporcionem conforto. Como médico, estou encantado, pois esse hospital oferece serviços de alta tecnologia, e os equipamentos são de última geração. Ele tem corredor largo, com quatro salas de operações e recuperação, tudo amplo. Vamos desafogar os já lotados hospitais de São Luís, além de melhorar a vida dos maranhenses, que não precisam mais fazer longas viagens para poderem receber atendimento público hospitalar. O próximo será em Pinheiro”. A declaração foi feita pelo ex-governador Jackson Lago em 30 de março de 2009 durante inauguração do Hospital de Presidente Dutra, estabelecendo o atendimento regionalizado e anunciando o projeto de levar serviços médicos de alta complexidade aos maranhenses da Baixada, o que foi concretizado no final do ano passado, a partir das ações realizadas ao longo de 2015.
Nesta segunda-feira (28), o Hospital Regional da Baixada Maranhense Dr. Jackson Lago completa seis meses de funcionamento. Pela primeira vez, a população de 34 cidades da Região da Baixada Maranhense tem à disposição serviços públicos de alta complexidade. A maioria dos casos graves, de pacientes que eram transferidos para São Luís, agora tem atendimento em Pinheiro. Mais de 100 mil serviços foram prestados à população em apenas seis meses pelo Governo do Estado.
Leudilene Costa, de 27 anos, é moradora do povoado Fortaleza, zona rural de Pinheiro. Ela presenciou uma das cenas mais tristes de sua vida na última quarta-feira (16), ao ver seu filho de nove anos ser atropelado ao atravessar a rua, por um motociclista que dirigia o veículo na contramão.
“Ele estava atravessando a estrada saindo da casa da avó dele junto com meu marido, que é pertinho da nossa casa, quando o motoqueiro veio e bateu nele com força. Nessa hora eu gritei chamando meu marido, não conseguindo acreditar no que tinha acontecido com o meu Eduardo”, explicou a lavradora.
Após o acidente, Eduardo foi levado ao Hospital Municipal Antenor Abreu, onde a equipe médica encaminhou o paciente, que estava em estado grave, ao Hospital Regional Dr. Jackson Lago. A coordenadora de Enfermagem, Denise Boás, contou que ao paciente dar entrado no hospital, uma equipe médica já o aguardava para começar os procedimentos.
“Quando o paciente chega de forma regulada em um hospital de alta complexidade, todos já ficam a postos, pois sabem das informações principais, da gravidade já repassada pelo hospital de urgência e emergência. Ele chegou aqui com um quadro complicado de hemorragia e depois de fazer uma tomografia, foi direto para a sala de cirurgia. Os médicos tiveram que retirar um rim do Eduardo”, explicou Denise Boás.
Leudilene Costa ao lado do filho Eduardo, um dos 1.015 pacientes que já fizeram cirurgias no Hospital da Baixada Maranhense. Foto: Aurilene Alencar
A mãe do garoto ficou emocionada com o atendimento do filho na unidade. “Eu queria agradecer ao doutor Josélio e todos os médicos que fizeram a cirurgia do meu filho, não só a eles, mas todos aqui do hospital. Agora a gente vai continuar tratando dele para ficar bom logo, o pessoal daqui já avisou que a gente tem que ficar voltando depois da alta, para o nefrologista acompanhar. Deus devolveu a vida do meu filho. Já pensou se a gente tivesse levado ele pra São Luís atrás de fazer essa cirurgia? Será que ele estaria vivo?”, questionou Leudilene Costa, emocionada ao receber um beijo do pequeno Eduardo.
Segundo o secretário de Estado da Saúde, Marcos Pacheco, a intenção do governador Flávio Dino ao inaugurar o Hospital da Baixada é de cuidar daqueles que mais precisam. “Fico muito feliz ao ver que a cada dia que passa as ‘procissões de ambulâncias’, como chamava nosso saudoso Dr. Jackson Lago, tem diminuído significativamente aqui na região da baixada. Muitas pessoas dessas 34 cidades do entorno de Pinheiro, em estado grave, não precisam mais ir até São Luís. Estão sendo cuidadas e curadas aqui”, destacou Marcos Pacheco.
Atendimentos
De sua abertura para cá, o Hospital Regional da Baixada Maranhense Dr. Jackson Lago já realizou um total de 1.015 cirurgias, distribuídas entre neurocirúrgicas, oftalmológicas, ortopédicas, pediátricas e gerais. No âmbito das consultas médicas foram 8.362 em cardiologia, cirurgia geral, clínica médica, gastroenterologia, neurologia, oftalmologia, pediatria, ortopedia e traumatologia.
De sua abertura para cá, o Hospital Regional da Baixada Maranhense Dr. Jackson Lago já realizou um total de 1.015 cirurgias, distribuídas entre neurocirúrgicas, oftalmológicas, ortopédicas, pediátricas e gerais. No âmbito das consultas médicas foram 8.362 em cardiologia, cirurgia geral, clínica médica, gastroenterologia, neurologia, oftalmologia, pediatria, ortopedia e traumatologia.
Só de consultas da equipe multidisciplinar de nível superior em psicologia, nutrição, fonoaudiologia, fisioterapia, serviços social, entre outras, foram 34.263 atendimentos. Já os procedimentos de apoio e diagnóstico em radiologia, ultrassonografia, tomografia, endoscopia, eletrocardiografia, exames citopatológicos e diagnósticos em oftalmologia, foram 10.257, aliados a 61.513 exames clínicos laboratoriais.
Ampliação da rede hospitalar resolutiva
Pediatra Telma Guimarães Coelho, que integra a equipe médica do hospital desde sua inauguração, durante o atendimento do pequeno João. Foto: Aurilene Alencar
Além da região da Baixada, o Leste Maranhense também já conta com um hospital de alta complexidade da rede estadual de saúde. O Hospital Regional de Caxias Dr. Everaldo Ferreira Aragão, atende a população de 26 cidades da região, e após dois meses de sua inauguração já prestou mais de 20 mil atendimentos.
Os próximos hospitais regionais que prestarão atendimentos resolutivos beneficiarão as regiões de Bacabal, Balsas, Chapadinha, Imperatriz e Santa Inês.
Em São Luís, a Maternidade Nossa Senhora da Penha, localizada no bairro Anjo da Guarda, completou seis meses da sua reinauguração, na última sexta-feira (25). A maternidade beneficia 58 bairros da área Itaqui-Bacanga, e no decorrer desses seis meses, já realizou 561 partos. Com 30 leitos, enfermaria e sala de parto, a maternidade tem equipe formada por médicos obstetras, neonatologista, anestesistas e enfermeiras obstetras, com um perfil específico para a realização de partos humanizados.
