Depois de derrubar casa que simbolizava o início da colonização do município Diocese de Bacabal interdita rua paralela a Igreja de Santa Teresinha e a transforma em acesso exclusivo

De baixo para cima a casa em seu formato original, sendo derrubada, o
seminário já construído e a rua interditada.
Visualize mais fotos clicando AQUI
Em emocionado discurso que pronunciou quando da inauguração do novo Fórum da Comarca de Bacabal o desembargador Antônio Pacheco Guerreiro Júnior, mostrando eloquente verve, revelou para a comunidade bacabalense dados desconhecidos da sua história, a exemplo da possibilidade de aquela que se imagina ser a casa que abrigou os primeiros colonizadores de Bacabal ter sido construída entre os anos de 1854 e 1878, período embrionário de nossa fundação.

Já o historiador Raimundo Sérgio de Oliveira destaca em seu Livro Bacabal de Sempre que “o coronel Lourenço da Silva,  fundou fazenda com sede no local onde é atualmente a Praça Nossa Senhora da Conceição, cuja casa ainda existe, e fica entre o Sindicato dos Arrumadores de Bacabal, e o Salão paroquial, que ficam do lado esquerdo da Igreja de Santa Teresinha, e que é conservada pela diretoria da Igreja, com a mesma fachada e modelo como foi feita pelo coronel Lourenço da Silva. Para conservá-la, os padres refizeram as paredes de tijolos, e mudaram também a madeira do teto, mas sempre procurando ser fiel ao formato original, de maneira que essa preciosa lembrança dos primeiros anos de Bacabal possa permanecer por muitos anos. Nesta casa, atualmente, a Igreja mantém suas atividades religiosas e sociais, sempre contando com grande apoio da população de Bacabal, que desta forma está sempre prestigiando a casa símbolo dessa boa parte da nossa pátria Brasil”.

Pois é... A casa provavelmente foi erigida nessa época, mas para a decepção de Raimundo Sérgio, existia no local. A Construção de um seminário, por ordem da Diocese de Bacabal, fez com que a casa pioneira fosse destruída.

O patrocinador do crime contra o patrimônio foi a Santa Igreja Católica Apostólica Romana, o agente, o vetor da derrubada foi o engenheiro civil Raimundo Nonato Chaves, proprietário da construtora responsável pela obra. 

Mas aí me perguntam: o que é que Nonato tem haver com isso?

Nonato Chaves foi vereador constituinte e em 1990 ajudou na redação e foi signatário do seguinte conteúdo da Lei Orgânica do Município:
Art. 174 – O Patrimônio Cultural do Município é constituído dos bens materiais e imateriais
portadores de referencias à identidade, à ação e à memória dos diferentes grupos que se destacarem nadefesa dos valores nacionais e estaduais, entre os quais:
I - obras, objetos, documentos, monumentos e outras manifestações artísticos - culturais;
II - nos conjuntos urbanos e sítios de valores históricos, paisagísticos, artísticos, ecológicos e
cientifico;
IV – os modos de criar, fazer e viver.
§ 1º - O Poder Público Municipal e todo cidadão são responsáveis pela proteção do patrimônio
cultural bacabalense, através de sua conservação e manutenção sistemática e por meio de inventários,registros, vigilância, tombamentos, desapropriação e de outras formas de acautelamento e preservação,com vistas a assegurar, para a comunidade, o seu uso social.

Interrogado pelo pároco da época sobre a importância do momento Nonato o exortou a derrubá-lo.

Faz, então, 4 anos que esse crime foi cometido sem que nenhuma medida, de qualquer natureza, tenha sido tomada por qualquer instituição pública ou pessoa, apenas eu protestei em uma mensagem que produzi para a TV Difusora quando da passagem dos 89 anos de emancipação da cidade.

Agora a Rua
Como é o costume do cachimbo que faz a boca torta agora a Santa Igreja resolveu interditar uma das ruas que a ladeava.

E o fez com a anuência do ex-prefeito Raimundo Nonato Lisboa, que chegou inclusive a disponibilizar máquinas e pessoal para fazer a alteração. A Igreja fechou a rua que margeava o seu lado direito, partindo do Rio Mearim, e abriu uma nova rua onde havia sido construída uma passarela, quando da reforma e ampliação da Praça Santa Teresinha feita pelo ex-prefeito José Vieira Lins.

A alteração fez que com o trânsito no local ficasse muito mais perigoso, inclusive já sendo registrados pequenos acidentes. Na antiga rua foi construído um canteiro sendo, que a Igreja disponibilizou algumas placas orientando aos motoristas apenas na rua que a margeia pelo lado esquerdo.


Motoristas, e até transeuntes, em muito têm reclamado sobre a confusão que torna tudo muito mais perigoso, mas até agora nenhuma nova posição foi tomada, mesmo com a interdição tendo afrontado o que determina o código de postura do município. A Rua agora e usada como estacionamento.

2 Comentários

  1. Lamentável isso, tive muita reuniões dos coroinhas entre outras ai nesta casa, para mim era para ser tombado como patrimônio cultural, mais como não temos Governantes interessados nisso, muito triste isso...

    ResponderExcluir
  2. LAMENTÁVEL O DESRESPEITO PARACOM O PATRIMONIO HISTÓRICO DA CIDADE. INFELIZMENTE ISSO ACONTECENA MAIORIA DOS MUNICIPIOS.FALTA CONSCIENCIA DO VALOR DA HISTÓRIA POIS "QUEM NÃO SABE DE ONDE VEIO NÃO SABE PARA ONDE VAI"

    ResponderExcluir
Postagem Anterior Próxima Postagem